("FUMUS BONI JÚRIS")

domingo, 16 de agosto de 2009

PAPA ELOGIA ARCEBISPO HOMOSSEXUAL






O PAPA ELOGIA O ARCEBISPO HOMOSSEXUAL





Em 28 de junho de 2009, o Papa Bento XVI enviou Calorosa mensagem de elogio para Juliusz Paetz, antigo Arcebispo de Poznan (Polônia), no 50º aniversário de sua ordenação sacerdotal. Quem é Paetz? Que fez para merecer tal homenagem?
Desde o ano 2000, Paetz tem sido repetidamente acusado por abuso sexual de seus seminaristas do Seminário de Poznan. As acusações contra ele se tornaram públicas em fevereiro de 2002, depois de uma reportagem publicada no jornal polonês Rzeczpospolita. A reportagem afirmou que o comportamento de Paetz foi tão notório e censurável, que o reitor do seminário barrou a sua entrada para visitas.
O Arcebispo Paetz, que apresentou sua renúncia por estar sendo acusado de abuso sexual de seminaristas, acaba de ser honrado pelo Papa
Quatro seminaristas fizeram acusações formais descrevendo circunstâncias em que Paetz supostamente os induziu a manter contatos sexuais. Em vista do escândalo que estava sacudindo a Polônia, 43 intelectuais polacos de Cracóvia e Varsóvia assinaram uma carta pedindo ao arcebispo para se demitir do cargo até que a situação ficasse esclarecida.
O jornal também afirmou que cartas que descreviam as acusações contra o Prelado foram enviadas no começo do ano 2000 ao secretário particular do Papa, o bispo Stanislaw Dziwisz — hoje Cardeal de Cracóvia — e ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Joseph Ratzinger, o Papa atual. Tais cartas foram simplesmente ignoradas.
Como a pressão continuou aumentando, foi enviada a Poznan uma comissão especial do Vaticano para fazer uma investigação. Mais de 40 testemunhas foram interrogadas no total. Segundo fontes não oficiais, a maioria delas confirmou as acusações (as fontes são referidas em meu livro
Vatican II, Homosexuality and Pedophilia, pp. 284-285).












O Arcebispo Paetz, que apresentou sua renúncia por estar sendo acusado de abuso sexual de seminaristas, acaba de ser honrado pelo Papa
Quatro seminaristas








Por causa da investigação e do clamor crescente contra seu escandaloso comportamento, o Arcebispo Paetz apresentou sua renúncia na idade de 67 anos. Foi aceita por João Paulo II em março de 2002. Não obstante, permaneceu na Cúria de Poznan, participando de muitos eventos públicos.
Sob o pontificado de Bento XVI, o Arcebispo Paetz continuou desfrutando de uma boa posição. Em maio de 2006 foi mostrado pela televisão saudando o Papa durante sua peregrinação à Polônia. Em junho de 2007 foi figura de maior destaque na Jornada da Juventude em seu país. Também esteve presente em várias audiências com o Papa Bento em Roma, onde é dono de luxuoso apartamento. Em abril de 2009, como prelado em situação regular, foi visto participando da celebração do aniversário da Faculdade de Teologia em Poznan (The Tablet, 4 de julho de 2009, p. 31).
Mas as acusações contra Paetz vão além dos abusos sexuais de seminaristas. De fato, em novembro de 2008 uma comissão parlamentar polonesa foi criada para investigar seu passado depois que a imprensa revelou que Juliusz Paetz havia atuado como informante do regime comunista, enquanto trabalhava no Vaticano entre os anos 70 e 80.
Por que tanta complacência?
Dado este passado tão sombrio, como explicar a decisão de Bento XVI de honrar o Prelado? Não tenho explicação precisa, mas o fato é que em 28 de junho de 2009 o Papa enviou-lhe uma mensagem pelo 50º aniversário de sua ordenação sacerdotal. Seu telegrama foi publicado pelo jornal semanal da Arquidiocese de Poznan, Przewodnik Katolicki. Nele, Bento o felicita pelo seu "frutífero" e "saudável trabalho para o bem da Igreja" que havia realizado na Polônia e no estrangeiro. Bento também disse que "guiando vosso rebanho, destes um testemunho de fé na ressurreição de Cristo que afastou todo temor". Ademais, acrescentou que "venerando Maria como Mãe da Igreja e Rainha da Polônia com amor de filho e a piedosa veneração dos santos e beatos de vossa terra, junto com outros trabalhastes para o progresso espiritual" (The Tablet, idem).
O Pe. Pawel Deskur, editor do semanário da arquidiocese, confirmou que o Arcebispo Paetz estava "ainda ativo" na Hierarquia polonesa, e que o Prelado tinha solicitado pessoalmente que o telegrama do Papa fosse publicado. A Televisão Católica Polaca (KAI) transmitiu a missa solene na Catedral de Poznan pela celebração do 50º aniversário da ordenação de Paetz.
Comentando a respeito da mensagem do Papa, o jornal de grande circulação Gazeta Wyborcza assinalou que essas aparições públicas do Arcebispo Paetz causaram "desagrado em muita gente dessa região". E o diário Polska disse que o "grande respeito" do Papa pelo Arcebispo foi "surpreendente em vista das severas declarações de Bento XVI sobre o clero que viola o voto de castidade" (The Tablet, 4 de julho de 2009, p. 31).
Considero que meus leitores têm o direito de serem informados sobre essa mensagem de felicitação que até agora os meios de comunicação norte-americanos não divulgaram.
Talvez não seja supérfluo recordar aqui que, em recente documento do Vaticano, que autoriza os Bispos a afastar os sacerdotes escandalosos, foi cuidadosamente estabelecido que a autorização não é aplicável aos casos de sacerdotes homossexuais ou pedófilos. Tais casos continuam a ser julgados pela própria Santa Sé. A mesma proteção oferecida aos sacerdotes homossexuais e pedófilos seria também aplicável aos Prelados com vícios análogos. O mínimo que se pode dizer sobre tal procedimento, é que pelo menos ele é muito coerente, realmente...

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